segunda-feira, 1 de novembro de 2010

E o Palavra ilustrada estreou...

 
Meus meninos, como eu me acostumei a chamar, me ensinam e me provocam a cada dia. Penso eu que tentam, por puro talento, fazer de mim uma pessoa melhor. Pois, a alegria de vê-los atuando no palco do 5º Encontro de Arte em Comunicação realizado pelo Centro Cultural Araçá será, para mim, uma lembrança eterna de um dia que eu fiquei feliz em tê-lo vivido.
A energia poética que exalou do Encenação na sua entrada foi sentida por todos que ainda possuem   sensibilidade.Por todos aqueles que não se deixaram corroer pela descrença no jovem e pelas seduções da Dona Mesmice.
Os textos de Zé Ramalho e Zeca Baleiro, Roseana Murray, Bráulio Tavares e Solano Trindade foram escorrendo, jorrando daquelas bocas jovens que mal conhecem os segredos do beijo, mas que já são velhos conhecidos das dificuldades de se ganhar o pão. Tinha gestos, tinha ritmo, tinha intenção de fala, tinha ousadia, tinha verdade e tinha, sem duvida, BELEZA!
Penso, que muitos, se perguntaram como aqueles jovens, tidos como carentes  conseguiram gravar tanto texto e articular tudo aquilo com as marcações de cena. Não tenho nenhuma resposta cientifica pedagógica. Sou uma artista popular autodidata, eu só sinto e expresso. As teorias deixo para os que têm mais tempo do que eu.Meu tempo é curto e pretendo gastá-lo vivendo a arte e não explicando-a.
Quando terminaram foram aplaudidos de pé. Isso significou muito. A experiência é importante, mas a energia do novo é fundamental e, portanto é necessário fazermos uma reverência.
Agora o espetáculo vai para Águia Branca, depois para as universidades e quando sair de cartaz  se incorporará neles como uma tatuagem, um sinal e dará para todos um brilho.Aquele brilho que os artistas carregam, aquele quê de mágico e de transcendência que é próprio da arte.
Essas garotas e garotos me ajudam a acreditar na vida. Acreditar no novo. Gostaria muito que ficasse claro a eles a gratidão que tenho por se deixarem dirigir artisticamente por mim e por acreditarem nos meus delírios poéticos. Obrigada.